Tecnologias emergentes: Hype ou Futuro?

Gerador de imagem com IA

Não sei vocês, mas eu vivo imaginando o futuro diante das mudanças exponenciais e avassaladoras que vivemos.

Meus olhos miram oportunidades onde muitos veem problemas.

Fique certo que os grandes inventores e empreendedores alcançaram grandeza, não pelo ímpeto de conquistar riqueza, e sim de solucionar problemas sérios e cruciais da sociedade, os quais para muitos foram tidos por insolúveis, até que alguém foi lá e mostrou caminhos possíveis.

Quem não se arriscou se limita em dizer: “Ahh, são um baita sortudos”; “paladinos do capitalismo” e enfim. 

Colocar apenas na caixa de pandora da sorte tais feitos é ingênuo e mesquinho.

Não estou a dizer que a sorte não é um fator crucial na direção do sucesso, contudo, essas pessoas se colocam voluntariamente na rota da sorte. Assumem risco, são inconformados e acreditam nos seus propósitos.

Existe uma frase que eu gosto muito, que diz assim: “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo” – Peter Drucker

E então, eu me questiono: o que tenho feito para ser hoje o que quero ser e ver no futuro?

Não sou nenhum oráculo tampouco dotado de conhecimento paranormais, mas sou compulsivamente curioso, até a última ponta.

E então, o que esperar do futuro? Quais habilidades aprender? Como se posicionar como protagonista na modulação desse futuro esperado? O que queremos nos tornar? O que queremos querer?

Pensar no futuro gera um “desligamento” no córtex pré-frontal, a grosso modo, o cérebro trata a pessoa em que iremos nos tornar como desconhecidos. Isso explica as dificuldades que temos de trocar os prazeres imediatos por outros perenes, economizar dinheiro e etc.

Lá vai eu, em mais uma das minhas aventuras literárias tive a epifania e sorte de ler o livro O futuro é mais rápido do que você pensa, de Peter H. Diamandis , Steven Kotler, que, basicamente, traça uma planta baixa do futuro aguardado.

O livro será usado como base deste post e, em alguns trechos, com reprodução fidedigna, por isso dou-lhe todos os créditos.

Nele são tratados e projetados inúmeros avanços tecnológicos e suas implicações na solução dos grandes problemas da humanidade.

A ideia é que a força revolucionária dessas tecnologias hoje estão sob um influxo de convergência fantástico, de modo que essa simbiose acelera a inovação e transmuda por completo nosso estágio humano para a sociedade da informação.

Bem, quais são essas tecnologias exponenciais indutoras da prosperidade e que vale a pena conhecermos?

Primeiramente, como pano de fundo, é importante enfatizar que as tecnologias que serão apontadas têm aplicação, ramificações e potencial solucionador em setores elementares da sociedade, a saber: sustentabilidade ecológica, energia, educação, agricultura, seguros, mercados imobiliários, bancos, entretenimento, saúde, transporte e varejo.

Passarei a indicar que tecnologias são essas.

Como o próprio nome diz, a inteligência artificial (IA), supervisionada ou não, é emulativa da inteligência humana, de modo a prescrever e predizer comportamentos observados em um manancial de dados.

A inteligência artificial tem ficado cada vez mais incrível à medida que avançamos na produção de dados suportados por sistemas de Bigdata e a maior disponibilidade de aparelhos conectados na malha da internet.

O que tende a aumentar, quer pela tecnologia 5g, quer pela implantação de redes via satélite que alcançarão lugares ermos da sociedade.

Além disso, os avanços na computação quântica viabilizam o processamento de uma carga inimaginável de dados de forma rápida.

Robôs começam a ser usados em tarefas repetitivas, para acesso a lugares inóspitos, missões nucleares, enfim, tudo manipulado especialmente pelos avanços na IA.

A IA está tão avançada que hoje já existem algoritmos que aprendem por reforço, de modo que se auto-replicam para formação de novas IA´S.

A inteligência artificial também é uma franca indutora de avanços na saúde, sobretudo no diagnóstico, treinamento de robôs, ensaios clínicos, ciência dos materiais, mapeamento e engenharia genética, composição de fármacos e enfim.

Cada vez mais a saúde ficará incrivelmente personalizada e integrada instantaneamente a redes, objetos inteligentes  (Internet das Coisas- IOT), monitoração dinâmica e em tempo real.

Os sensores suportados pela nanotecnologia (manipulação da matéria atinge escalas ínfimas) desnudam uma série de possibilidades, citam-se alguns: introjeções no corpo humano para diagnósticos, para expurgar células e genes doentios; tendências climáticas, comportamentais; plugar sensores à rede criando um verdadeiro cyborgue, com ubiquidade de pensamentos e máquina.

Já pensou você poder carregar suas memórias afetivas em nuvem e acessá-las quando quiser? Vasculhar informações e encontrar respostas na rede com ativação apenas do pensamento? Pois é, insano, mas um caminho possível.

Não é exagero dizer que vivemos em um planeta hiperconsciente, gostemos ou não. Uma verdadeira “pele elétrica” vem se formando.

Nessa propulsão de mudanças soma-se, ainda, a biotecnologia (uso da biologia como tecnologia) e a ciência material, que juntas desempenham uma sinergia difusora de inovações. Softwares que codificam você e outros manejos de componentes fundamentais da vida (genes, proteínas e células). Como exemplo, o Crispr, que permite editar um genoma, com efeitos infindáveis. “Estima-se que mais de 50 mil alterações genéticas hoje são associadas sem sombra de dúvida às doenças humanas, sendo que 32 mil são causadas pela simples troca de um par de bases por outro”- afirma David Liu, biólogo químico de Harvard.

Hoje caminhamos firmes para sobrelevar a longevidade de nossas vidas e nos tornamos mortais apenas para eventos traumáticos, e não por mera obsolescência do organismo .

No ambiente, nanobots capturam dióxido de carbono na atmosfera e o convertem em nanofibras de carbonos superfortes para ser usadas na manufatura. E segue em rota de se tornar escalável.

A IA Também tem robusto uso no varejo e capitaneia um dos paradigmas futuristas mais aguardados: a revolução no transporte com carros voadores e autônomos, mísseis tripulados, viagens interplanetárias e tubos de baixa pressão supersônicos (Hyperloop). 

De carona, sem trocadilhos, cada vez mais estamos lançando mão de energias renováveis para movimentar a malha de transporte e uso industrial.

A energia solar, eólica e o lítio, este último na produção de baterias elétricas, promovem uma esperança otimista na reversão da chave energética, saindo de matérias primas finitas e poluentes como petróleo e carvão, para energias limpas e abundantes.

A escassez e o acesso à água limpa ainda são um dos problemas humanitários mais prementes, avanços também vêm sendo feitos nessas frentes, com filtros acessíveis, distribuição potencializada, dessalinização e até captura de moléculas do ar.

Na educação, palpitam inovações como a realidade aumentada (RA) e virtual (RV), que permitem digitalizar a experiência e teletransportar nossos sentidos. 

Com elas a usabilidade alcançará níveis espantosos de imersão, engajamento, interatividade, disponibilidade e gamificação.  Nossa imaginação passará a ser o único filtro da realidade.

Por corolário, iremos experimentar uma alteração significativa na compreensão e empatia, já que por meio dela poderemos induzir a mudançar comportamental ao ilustrar racismo, sexismo e outras formas de discriminação.

No varejo válido realçar também a onda de buscas por áudio e visuais: aponte, clique e compre.

“Sobrepor cada vez mais a informação digital a ambientes físicos. Nossa volta está ganhando cada vez mais camadas de informação e o limiar entre digital e físico está sumindo.”

Tudo isso irá ampliar o acesso à educação, aprimorar a qualidade, mitigar evasão e fomentar pensamentos analíticos e práticos.

Além disso, corremos risco de uma das maiores migrações humanitárias da vida real para a vida digital, com a adoção de avatares e vidas paralelas.

Você poderá ser um jogador, um super-herói ou qualquer coisa que sua mente conceber, praticamente.

Não só, com o barateamento das viagens interplanetárias, Blue Origin e SpaceX lideram a corrida para colonização, respectivamente, da lua e marte, redutos, oasis galáticos e fronteiras finais da humanidade, além de um plano fatídico de contingência no caso de um desastre apocalíptico.

Outra solução elegante é a impressora 3D. Confesso que é uma das que mais me surpreendem. Imagina você poder criar de forma prática, barata e módica quase que qualquer objeto. Uma capacidade de produção sob demanda em um nível nunca antes visto. Quase uma alquimia.

A impressão 3D vem sendo largamente usada na construção civil em produção de casas, na medicina com produção de órgãos substitutivos, nas artes, dentre outros.

Sim, é isso mesmo, tem previsão de que órgãos impressos em 3D cheguem ao mercado já em 2023.

A tecnologia derruba a cadeia de suprimento e possibilita um potencial de criação avassalador.

Na agropecuária, destaco, a irrigação e plantio por drone, nos quais os drones orientados pela IA desempenham o papel de polinizadores. Alguns, já em uso, com capacidade de reflorestamento de 100 mil árvores por dia.

Enfatizam-se também os avanços na produção de carnes à base de plantas, criação de animais em laboratório, extração de células para replicar os nutrientes, caminhos louváveis já que a produção de carne responde pelo consumo de 70% da água mundial e também é responsável por 14,5 % de todos os gases de efeito estufa. 50% de toda terra habitável no mundo é composta por fazendas. O quociente do sofrimento animal é estarrecedor.

O restabelecimento da saúde oceânica com a restauração dos corais ganham contornos otimistas.

Ainda na agricultura, digno de nota são as hortas verticais e urbanas, que irão solucionar o problema de distribuição de comidas orgânicas, com maior manutenção de nutrientes, gerarão novas fontes de renda e poderão ser um grande catalisador da fome.

Além é claro, uso dos drones em segurança e entrega de mercadorias delivery que também nos parecem bem óbvias.

Tudo isso fortemente capacitado pela IA.

Em finanças e mercado imobiliário o blockchain e as tecnologias nele suportadas, exemplo, moedas digitais, sendo a mais famosa a bitcoin, serão disruptivas.

O Blockchain, que é um livro-razão digital distribuído, mutável, permissível e transparente.

“Distribuido porque é um banco de dados compartilhado e coletado. Mútavel significa que sempre alguém insere uma informação nova no livro-razão, todos os livros mudam. Permissível pois qualquer um pode usá-lo. Transparente, as transações na rede são verificáveis.”

Elimina o intermediário e traz a contabilidade para a era digital.

Com ele, emerge o pagamento peer-to-peer digital, que permite o dinheiro mudar de mão sem intermediação oficial. Empréstimos entre pessoas físicas. Acesso facilitado às pessoas desbancarizadas. 

Tais tecnologias são as raízes de ações como crowdfunding, registros imobiliários, contratos inteligentes, eleições mais justas e precisas, identidades digitais, facilidades em licitações públicas, NFT (uma espécie de selo de originalidade de produtos, obras e serviços digitais, que confere escassez e autenticidade).

E no fundo é um objeto inteligente, pois movimenta valores entre o mundo virtual e o real. Ou seja, poderá ser intercambiado em jogos, RA, RV e outros.

A tecnologia também elevará o surgimento de organizações autônomas descentralizadas.

Todas essas tecnologias digitais perpassam pelos ciclos “digitalização, desilusão, disrupção, desmonetização, desmaterialização e democratização.”

Usualmente, culminam em acesso e ganhos crescentes de informação e dinheiro, além de tempo produtivo e expectativa de vida.

Contudo, a consolidação desses avanços traz à tona complicações e preocupações, como colapso dos ecossistemas, eventos climáticos extremos, catástrofes naturais, crises fiscais, choque de preço e energia, crises hídricas, propagação de doenças infecciosas, conflitos geopolítica, conflito homem x máquina, armas de destruição em massa, ética, algoritmos discriminatórios, ataques cibernéticos, fraude ou roubo de dados, devassidão da privacidade  e talvez a maior delas: o subemprego/ desemprego tecnológico.

Porém todo desafio esconde igualmente uma oportunidade. Assim como a internet, a automação não irá causar supressão de empregos, e sim a substituição. Certamente é plausível um desempenho mais efetivo quando máquinas e humanos trabalham juntos.

Por isso habilidades transversais, humanas, fluência tecnológica, multidisciplinaridade e agilidade substituirão cada vez mais o domínio profundo das competências.

Além disso, fatores como governança e consciência ambiental serão a tônica dos movimentos.

Não é por acaso que produtos indiretos da confluência dessas tecnologias, a citar, mentes em colmeia (Wikipedia, Reddit, Github), trabalhos colaborativos, economia de multidão (como uber, airbn), economia circular (reúso, não linear) serão cada vez mais usuais.

As plataformas foram – e serão cada vez mais- capacitadas por essas tecnologias digitais.

Logo, conseguir enxergar o que vem pela frente e ter agilidade suficiente para se adaptar ao futuro é vital.

Recapitulando, as tecnologias de Inteligência artificial, realidade virtual e aumentada, computação quântica, nuvem, big data, robótica, nanotecnologia, biotecnologia, plataformas continuarão sendo os precursores de implacáveis avanços.

É um caminho sem volta. A mudança tende a ser revolucionária, e não evolucionária.

Este ano, vimos o dano que o hype pode ter- basta olhar para o crash abrupto da stablecoin ou o recente colpaso e subsequente falência da casa de câmbio cripto FTX. Essas quedas abalaram um mercado já em declínio e corroeeram a confiança entre os participantes do mercado, deixando a cripto em um estado crítico de futuro incerto,

Contudo, eventuais declínios não mancham o prelúdio promissor. O metaverso, por exemplo, não é um mainstream vazio, embora embrionária, nessa posição de tecnologia emergente promissora, mas sensacionalista: Web3m NFTs, superapps, IA generativas e inúmeras outras inovações têm enormes implicações e potenciais para a disrupção dos negócios.

Tudo tem impacto em tudo. Soluções ora apresentadas resolvem múltiplos problemas. São áreas úteis e conduzem a uma forte expansão.

Devemos então nos manter com gatilhos de curiosidade, de modo a aprender e reaprender sempre (apaixone-se em aprender continuamente), com humildade intelectual e adaptabilidade e, assim, integrar sistematicamente inovações a modelos de negócio disruptivos.

Sem relegar a necessidade de um avanço consciente, com justiça social e sustentável, a fim de equilibrarmos as necessidades da humanidade com as limitações de nosso planeta.

Sejamos enfim bons ancestrais. Afinal não herdamos o planeta das gerações passadas, e sim o tomamos emprestado das vindouras.

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