Por que você deveria compartilhar seus talentos?

Mostre o seu trabalho

 Você já tentou se tornar uma pessoa mais interessante?

Há pouco tempo comecei a compartilhar conhecimentos adquiridos em livros por meio da escrita.

Daí, pensei comigo, cara, tenho tantos amigos e conhecidos que fazem um corre tão massa, como seria foda se eles espalhassem suas expressões.

 E percebi que muitos não o fazem por causa do medo, seja lá qual for ele,  vergonha, exposição à opinião alheia, anonimato, enfim.

Por exemplo, há um tempo atrás me envolvi com uma menina. Ela é incrível. Falava do que fazia com faíscas nos olhos. Empolgada. Tinha o dom. Inspirava e contagiava.

A arte dela era singular. Fui fã. Fazia o corre. É autêntica e decidida, porém sem estardalhaço, na obscuridade. Nada mal porque ela se deixava forte mesmo longe dos holofotes.

Argumentei, você é boa, permita-se ser vista, os olhos são a janela da alma e a alma contempla a boa arte. 

Após, cada um seguindo seus passos, já em direções diferentes, mandei esta frase: a arte deve confortar os perturbados e perturbar os confortáveis.

Não sei que fim deu e nem o motivo real que a mantém no anonimato, mas desconfio do medo.

Bem, respeito os que assim agem. Contudo, aqueles que estão com a centelha de começar, o que tenho a dizer é.

Um jeito de botar tudo em perspectiva, de um jeito simples e poderoso, é : Leia obituários. Um dia você estará morto. Qual a mensagem você quer que fique?

Vulnerabilidade é o ponto de alquimia.

A autobiografia só é de confiança quando revela algo vergonhoso- George Orwell

Seja lá o que diga ou faça, estamos sempre falando de nós mesmos.

O medo é a imaginação fazendo uma curva errada. Não se curve.

Uma frase de Colin Marshall que gosto muito diz assim: “A compulsão por evitar o constrangimento é uma forma de suicídio”. 

Então, permita-se ser vulnerável. Foque no destino, não no caminho.

Não banque o moderno ou bacana. Seja honesto com aquilo que você gosta, pois isso atrairá pessoas que gostam dessas coisas também.

Dê a chance das pessoas procurarem inspiração em lugares aos quais outras pessoas não podem ou querem ir.

O acaso tem um poder enorme. Deixe seu anzol sempre na água; no lago que menos se espera haverá um peixe- Ovídio, Heroides

Não acredito em prazeres culpados. Se você gosta de algo para caralho, vai fundo- Dave Grohl

Além de partilhar o seu trabalho com o mundo, partilhe também o seu gosto pelo trabalho dos outros.

A maré sobe e todos se levantam.

A construção de um espaço online para interação ainda é um dos melhores investimentos do seu tempo.

Não se preocupe se é bom ou ruim, você nem sabe o que tem. Toda mensagem é interpretada de uma forma única no coração das pessoas. Existe uma química social que escapa da sua predição.

Você tem que fazer coisas, hoje, quase ninguém importa com o seu currículo; eles querem ver o que você fez com suas próprias mãos, onde você suou sangue, qual impacto que você gerou.

No fim, perceba que você vai morrer.

Então, se as pessoas acharem que você é um idiota, o que importa?

Seja um amador. Uma pessoa que ama (dor) do desafio, e colhe os regozijos de uma batalha sincera e altruísta.

Como dizia Steve Jobs, mantenha sempre a mente de principiante.

Charles Chaplin, por sua vez, o mestre do minimalismo, ampliou- “isso é o que todos nós somos: amadores. Não vivemos o suficiente para nos tornarmos outra coisa.”

Na mente do novato, borbulham possibilidades. Dos experientes, elas são restritas pois podadas pela vaidade.

Os amadores estão livres das expectativas do sucesso, pois sabem que é melhor contribuir com algo do que nada.

No final, se você fizer com entusiasmo puro e autenticidade (isso é contagiante), tenho certeza que será tão bom que as pessoas não irão te ignorar.

E se ignorarem, você gerou histórias. As palavras importam.

Eu sou um curador.

Criatividade não é uma tentativa formada. Não é uma deidade. É uma forma de operar.

Mantenha vivo o processo, e não o produto.

Uma vida criativa precisa de mudanças- avançar, correr os riscos, explorar novos horizontes. O risco real é não mudar em um mundo em constante metamorfose.

Compartilhe um pouco todos os dias. Foque nos começos e micro avanços. Logo o processo o colocará em um loop positivo.

Fluxo e estoque. Avante.

Porém, atente-se, existe diferença entre dividir e sobrecarregar.

Filtre assim: Pense naquilo que gostaria de aprender e faça esta pergunta- Isso é útil ou interessante?

Atente-se às fontes. Onde busca sua inspiração? Com que tipo de conteúdo alimenta sua mente?

Sustenta a estrutura e postura. Visualize seu público. Fale diretamente com ele em linguagem simples. Valorize o tempo. Seja breve, conciso e direto.

Pense o seguinte, como default de simplicidade: uma criança alfabetizada entenderia o que estou dizendo?

No final tudo é questão de dividir o que ama e as pessoas certas alcançarão você. É como se fosse um bluetooth, ele só se coneceta se tiver ligado.

Compartilhe seus gostos e suas influências, é necessário ter estômago para lidar com isso… Não tente ser moderno ou legal. Seja aberto e honesto em relação a que gosta, porque isso atrairá pessoas que gostam dessas coisas também- Jeff jarvis

Tenha empatia com o seu leitor. Antecipe olhares opacos. Esteja preparado para mais perguntas. Responda com paciência e educação.

Quando as pessoas percebem que estão sendo ouvidas, elas te dizem coisas- Richard Ford

Porém, limites. Não seja peleja. Como disse Kanye West- Você tem que se defender. Não aceite excesso nas bordas. Modere. Respeito é o guia mútuo.

Passe adiante o que você tem, isso pode servir muito, muito mais do que você é capaz de imaginar. 

Às vezes você está inspirando ou minimizando a dor alheia por razões que você desconhece.

Ensine o que você sabe. Ensinar não é competir, muito menos ser exibicionista ou petulante.

Thomas Edson compreendeu a essência disso bem antes, ao dizer:

o homem que recebe uma ideia de mim, recebe um pouco de educação sem diminuir a minha educação. Quando ele acende sua vela na minha, ele recebe luz sem me deixar no escuro.

Temos de parar de perguntar o que os outros poderiam fazer por nós e começar a nos perguntar o que poderíamos fazer pelos outros.

Seja, então, interessado, que logo se tornará interessante. Se quer ter, dê. Se quer ser notado, perceba.

De alguma maneira quanto mais você dá, mais volta para você.

Para isso, apenas se permita ser encontrável.

A Brene Brown com toda sua sensibilidade, diz: para fazer as conexões acontecerem, temos que permitir sermos vistos, verdadeiramente vistos.

Não é sobre dinheiro. Você não cria sua cena pelo dinheiro (e se for, ok também), você ganha dinheiro para fazer mais cena. Isso é, o dinheiro é só uma ferramente. Ele pode te levar ao seu destino, mas não tem como substituir você no posto de motorista.

Não sei você, mas eu tenho que sentir que estou correndo atrás de algo maior. Se eu ganhar prata, bacana. Contudo prefiro estar correndo atrás. É o esforço que gosto, que eu quero e que me movimenta. 

Faça isso ou ao menos pense melhor sobre.

Mantenha-se ambicioso e ocupado. Pense grande. Passe adiante. Exalte. Jogue oportunidades. Pratique a generosidade. Expanda seu público e relacionamentos.

A curiosidade é o grande combustível da alma e o que é ser curioso: ser atento e praticar a projeção contínua do interesse.

Se você sobe, você está mais forte para levantar os outros. 

Compartilhar é uma reação em cadeia, cada assunto leva ao próximo.

Você nunca sabe qual deles vai mudar a sua vida ou a do outro.

Em épocas anteriores, para fazer história você precisava de um exército, para registrá-la precisava de um estúdio de cinmea ou de um jornal, para divulgá-la precisava de um publicitário. Agora, qualquer um pode dar início a uma onda. Agora, qualquer um pode fazer história apertando uma tecla.

Desliga-se dos julgamentos, eles não te levam a lugar nenhum. Geralmente são projeções odiosas daqueles que sucumbiram por falta de coragem.

E também como disse Buda:

“Eles culpam quem cala, culpam quem fala muito, culpa quem fala com moderação. Não há ninguém no mundo que não seja culpado.”

Vá por mim, repito: não existem prazeres culpados.

Já vi relato de pessoas que desistiram de tirar a sua própria vida, mudarem de emprego ou viver uma vida com mais sentido depois de consumir um bom conteúdo gerado por alguém disposto a somar.

Por isso, digo. Apenas faça. Apenas continue. Jogue os 45 minutos, cara. Você pode fazer maravilhas.

Se sentir medo, faça do medo o seu caminho e seu combustível. Vá com medo mesmo. Se falhar, recomece.

Conte comigo e divirta-se.

OBS: Esse texto foi inspirado no livro Mostre o seu trabalho, de Austin Kleon , que dou os devidos créditos e sugiro leitura.

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